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Relatório Klabin S.A.

Relatório de Avaliação Empresarial

  1. Introdução

O presente relatório objetiva fazer uma análise econômico-financeira da empresa Klabin S.A. Não é objetivo desse relatório a recomendação de compra ou venda da empresa. Os dados utilizados nesse relatório foram coletados no relatório Focus, Portal de Investimentos ADVFN, Formulário de Referência da empresa e Thomson Reuters.

2. Histórico e Características da Empresa

A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil, é líder na produção de papéis e cartões para embalagens, embalagens de papelão ondulado e sacos industriais, além de comercializar madeira em toras. Empresa brasileira, fundada em 1899, possui atualmente 18 unidades industriais (17 no Brasil, em oito estados, e uma na Argentina). A Klabin também conta com escritórios comerciais em oito estados brasileiros, uma filial nos Estados Unidos, um novo escritório na Áustria, além de representantes e agentes comerciais em vários países.

O ano de 2018 foi marcado por instabilidade política, pela guerra comercial dos EUA e China, vai e vem da saída do Reino Unido na União Europeia e pela greve dos caminhoneiros que afetou a economia gerando um prejuízo de mais de 15 bilhões à economia brasileira. No entanto a empresa apresentou crescimento no EBITIDA. Nos mercados de papéis e embalagens, apresentou crescimento no volume de vendas no mercado doméstico, com destaque para o mercado de kraftliner e o bom desempenho das unidades de sacos industriais e embalagens de papelão ondulado. A empresa também intensificou os investimentos na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Entre as iniciativas voltadas ao tema, vale destacar a aquisição de 12,5% da startup israelense Melodea Bio Based Solutions, pioneira na tecnologia de extração de celulose nanocristalina (CNC), produzida 100% a partir de fontes renováveis.

O predomínio das receitas da empresa provém de papeis e embalagens, com demanda pouco elástica e o excedente pode ser facilmente exportado em tempos de crise, aponta Luketic (2019). Luketic descreve que “a celulose, que representa quase 40% da receita, também é defensiva, com 100% da receita dolarizada, (não foram encontrados dados referentes a quantos % dessa receita está hedgeada da variação cambial) e preço determinado pela oferta/demanda internacional. Cabe ressaltar que um câmbio alto é favorável a Klabin e segundo o relatório Focus a taxa de cambio tende a se mantar elevada nos próximos semestres. Apesar de ser uma commodity, a celulose tem volatilidade menor que a média e de certa forma está sempre hedgeada (protegida) quando se diz respeito a inflação.


3. Expansão Klabin

A empresa em pauta anunciou em 16/04/2019 que aprovou a expansão de capacidade no segmento de papéis para embalagem, o projeto Puma II, que vai consumir um investimento de 9,1 bilhões de reais até 2023 e terá início em 2021, será dividido em duas etapas, sendo a primeira voltada a construção de uma linha e fibras e a segunda etapa será construção de uma linha complementar.

O Projeto será financiado pela posição de caixa da Companhia e a geração de caixa proveniente dos negócios correntes, podendo ser complementado com financiamentos, desde que as condições sejam atrativas em termos de custo e prazo”, diz o comunicado da empresa. Segundo o documento publicado pela Klabin “O consumo global de papel para embalagens, que era de cerca de 60 milhões de toneladas em 1990, hoje é da ordem de 170 milhões de toneladas, conforme apuração da consultoria Pöyry. A mesma consultoria estima crescimento global no mercado de papéis para embalagens até 2025 de 2,4 por cento ao ano. Vale ressaltar que embora os investimentos planejados façam sentido, os investidores só precificam expansões de capacidade meses antes do início das novas instalações, segundo Luketic.

4. Análise Financeira

A Klabin apresentou uma taxa de crescimento da receita liquida, entre 2018 e 2013, de 16,84%. A margem bruta apresentou uma média de 38,72% com uma taxa de crescimento de 2,70%. O lucro líquido apresentou uma taxa de crescimento negativa de 8,43% e a margem líquida, indicador de lucratividade das operações da empresa, vem apresentando uma diminuição. Em 2016 a margem liquida foi de 35% e em 2018 foi de 1,9%. Indicando que o retorno sobre as vendas tem diminuído. No entanto, a margem bruta vem crescendo nesse mesmo período, logo, existem despesas que estão absorvendo parte do lucro bruto fazendo diminuir o lucro líquido. Isso pode ser verificado pela redução do lucro líquido e segundo dados do Formulário Referencia essa redução ocorreu pelo aumento nos investimentos, aumento das despesas com vendas e aumento da remuneração variável pela entrega de resultados superiores.

Nos ultimas 5 anos, a média do Retorno sobre os Ativos (ROA) foi de 1,91%, e uma taxa de crescimento negativa de 20,17%. Entretanto, foi superior à média da Suzano que apresentou 1,28% nesse mesmo período. O ROA pode ser visto como um “prêmio pelo risco do empreendimento” pois os ativos representam os investimentos da empresa, logo, seu retorno é rentabilidade desse empreendimento.

Quanto ao Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) a média para os últimos 5 anos foi de 6,25%. Esse indicador pode representar o prêmio que os acionistas/proprietários estão obtendo em relação aos seus investimentos na empresa. Esse indicador também apresentou diminuição nos últimos três anos. Quando verificamos o retorno exigido, medido pelo CAPM, ele apresentou uma redução nos últimos 4 anos. A diminuição do retorno é sensível à diminuição do risco, que pode ser verificado pelo Beta ao apresentar uma redução. Dessa forma, a empresa está diminuindo a remuneração do Patrimônio Líquido e o risco. Como consequência a redução do retorno exigido para investir. A empresa Suzano apresenta um CAPM com maior variabilidade devido as alterações no Beta.

O endividamento aumentou nos últimos três anos e o custo da dívida, medido pelo WACC, também teve um aumento. Entretanto, devido ao aumento nas disponibilidades e no EBITDA, a dívida liquida/EBTIDA tem apresentado uma diminuição.

Os índices de liquidez não apresentam tanta variabilidade. A liquidez corrente, que indica quanto a empresa possui no curto prazo para saldar suas dívidas apresentou uma média nos últimos 2,84 e a liquidez imediata 1,89.

O EV/EBITDA é de 7,70. Ou seja, é necessário 7,70x o valor do EBITDA da empresa em 2018 para chegar ao valor de mercado.

Dessa forma sucinta pode-se dizer que, a Klabin vem apresentando aumento: receitas, margem bruta, ROA, ROE, EBITDA. Redução: Endividamento líquido, risco. Cabe salientar, o aumento no endividamento, imobilização dos ativos e custo da dívida, podem representar um maior risco para os investidores. No entanto, os indicadores representam resultados positivos para a continuidade operacional e geração de riqueza da empresa.

Em suma, conclui-se que, a Klabin é indubitavelmente uma empresa endividada, porém a mesma tem bastante capacidade e se o câmbio continuar nesse alto patamar a empresa terá uma perspectiva favorável, por conta disso vários possíveis futuros cenários podem ser estabelecidos, haja vista que a Klabin é uma das raras empresas que resistiu à uma das maiores recessões do Brasil.

ANEXOS

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