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Produtos Bancários: vilões ou aliados?

Os hábitos e costumes dos brasileiros com relação aos produtos ofertados pelas instituições bancárias ainda são realizados com certo receio por parte daqueles que o fazem. A população, em geral, dissemina informações que nem sempre são realistas com relação aos produtos e serviços ofertados pelas instituições. Entretanto, neste artigo trataremos exclusivamente dos produtos, deixando para uma próxima oportunidade a discussão sobre os serviços ofertados pelas instituições bancárias.


Bancos

O número de pessoas que poupam no Brasil ainda é baixo, menos de 30% da população tem o hábito de poupar. A poupança ainda é uma tradicional modalidade de aplicação daqueles que se acomodam e não buscam outras opções de investimentos, a fim de aumentar a rentabilidade dos seus ativos. Isso não por falta de opções de investimentos, mas sim por falta de conhecimento e de cuidado com o qual as pessoas mantêm suas finanças. Dívidas com taxas de juros elevadas, e que são contraídas por uma grande parte da população também poderiam ser evitadas com a utilização de alguns produtos oferecidos por bancos, os quais veremos mais à frente. Brevemente farei a explanação de alguns produtos e seus respectivos contrapontos que deveriam ser levados em consideração pelas pessoas.


  • TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO - Começando por ele, talvez o mais famoso e que causa certo tipo de repúdio às pessoas. O título de capitalização não deve ser encarado como um investimento, mas sim como uma forma de juntar determinado valor monetário por aquelas pessoas que não conseguem ou não têm a propensão de poupar nenhuma porcentagem de sua renda. Ao ler isso, certamente você deve ter feito uma "careta”, mas quando colocamos isso na prática vemos que mais de 70% dos brasileiros não têm o hábito de poupar. Esse produto deveria ser um instrumento aliado das famílias mais carentes em uma tentativa de se criar um hábito poupador. Uma vez adquirido esse hábito, a aquisição desses títulos deveria ser realizada por pessoas que desejassem concorrer aos sorteios, portanto, a finalidade deveria ser a de especular com a possibilidade de ser sorteada em um desses títulos, ainda assim não faria mais parte do investimento mensal realizado por esse agente, e sim uma aposta, tal como na mega sena e etc. Correr risco de certa medida pode ser benéfico, e no pior dos casos você teria o montante aplicado corrigido pela TR.


  • CARTÃO DE CRÉDITO - O cartão de crédito, em uma comparação mais simplista pode ser comparado com uma arma, que nas mãos certas será bem utilizada, mas nas mãos erradas pode gerar grandes estragos. A boa utilização do cartão de crédito pode trazer diversas séries de benefícios para seu possuidor, tais como 30 dias para pagar as suas contas, parcelar suas compras, participar de programas de milhas, obter pontuações, descontos em cinemas, isenções de anuidade e etc. Por outro lado, temos que o exagero, a extravagância, o descontrole e a falsa sensação que o cartão de crédito é uma extensão da renda, pode causar aos indivíduos que assim o utilizam o comprometimento de suas rendas prejudicando assim seus orçamentos familiares. Além disso, pessoas que obteriam boas vantagens com a utilização desse produto, simplesmente não a utilizam por medo ou receio de se tornarem desregradas, mas esquecem que situações adversas ocorrem a todo momento em nossas vidas, não sendo, portanto, um meio de pagamento o responsável por um desequilíbrio em nossos planejamentos financeiros.


  • APLICAÇÕES FINANCEIRAS - A boa e velha desculpa para não investir em produtos bancários é a que eles pagam muito pouco. Está falácia cai por terra quando tiramos as rentabilidades dos fundos de investimentos, dos quais existem fundos que são possíveis auferir um rendimento anual de mais de 20%. A falta de informação e conhecimento das pessoas levam-nas a propagarem falsas informações que muitas vezes são ditas e afirmadas como se fossem verdadeiras. Embora alcançar a taxa de juros praticada por algumas instituições na oferta de crédito seja impossível, algumas aplicações financeiras podem ser feitas pelos agentes a fim de melhorar os seus rendimentos, porém não o fazem por comodismo, desinformação e receio. Os CDBs podem ser utilizados para aumentar a remuneração das aplicações financeiras e devem ser utilizados como formas alternativas para poupanças de curto prazo (até dois anos), os quais tem uma remuneração maior que a da tradicional poupança. Os fundos de investimento podem ser utilizados como alternativas para médio e longo prazo. Ademais, há uma infinidade de fundos, todos com peculiaridades (Risco) e taxas diferentes, bastando o investidor ler os regulamentos, e com o auxílio de um profissional certificado, ver qual mais se adequa ao seu perfil e objetivo. Os fundos podem ser encarados como uma maneira de diversificar o investimento, sem a necessidade de montar uma estratégia e ter a responsabilidade de cuidar sempre dos ativos que compõem a carteira; aliás, para pessoas com tempo escasso, são ótimas oportunidades de diversificar os investimentos.

  • CONSÓRCIO - Os consórcios de bens móveis e imóveis fornecidos por instituições financeiras são uma alternativa de planejamento realizados para evitar que os agentes paguem um alto "preço", tal como nos financiamentos. Esse produto pode ser utilizado quando se tem um objetivo de médio/longo prazo e não há pressa em se ter o "bem". O investimento em um imóvel, por exemplo, não causaria uma descapitalização do proprietário, fazendo com que o investidor pudesse comprar o imóvel antecipadamente, e manter seu capital principal alocado em um bom investimento, que em conjunto com a valorização do imóvel adquirido, fosse maior que a taxa administrativa cobrada nos grupos de consórcios. Contudo, como todos sabem dinheiro na mão faz milagre, e com uma boa quantia à vista um bom desconto poderia ser gerado. Momentos como os atuais em 2017 são exemplos disto, a economia já não está mais tão aquecida como em períodos anteriores e o setor imobiliário é o primeiro a sentir os efeitos disso, tendo como impacto a desvalorização dos valores dos imóveis.


  • EMPRÉSTIMOS - vilões ou aliados? Certamente a sua resposta para essa pergunta foi vilões, mas como bom economista aprendi a analisar mais de uma variável, devendo considerar, portanto, mais de um ponto de vista. Se eu lhe contasse a respeito de um grande projeto que tenho, uma ideia realmente boa, e que preciso de um capital emprestado, você me financiaria? Ou melhor, desejo adquirir um veículo para trabalhar "full time" com aplicativos e preciso comprar um veículo o mais rápido possível, você estaria disposto a me alugar seu veículo ou a me fornecer o dinheiro? Por questões como essas que não devemos considerar os empréstimos bancários como sendo os vilões, embora pessoalmente creio que empréstimos com longos prazos de duração (mais de 12 meses) devem ser evitados a todo custo, no entanto, para determinadas finalidades os empréstimos podem ser benéficos. O cheque especial fornecido nas nossas contas correntes deve ser utilizado com cautela, dado a alta taxa de juros cobrada, mas que pode ser um aliado caso ocorra algum contratempo em nossas finanças e por algum motivo exógeno, não consigamos arcar com obrigações presentes.


  • PREVIDÊNCIA PRIVADA - Os planos de previdência privada oferecidos pelas instituições devem ser encarados como planos complementares de previdência, e não como a única alternativa de previdência dos agentes. Por certo, a falta de planejamento das famílias só será sentida quando a previdência pública for incapaz de manter o benefício a um número cada vez maior de aposentados e pensionistas. Por outro lado, existem planos de previdência com valores realmente baixos, basta o interesse do indivíduo em se informar e garantir um futuro mais digno. Ainda que eu reconheça que diversas famílias não têm condições de arcar com o pagamento mensal de um plano de previdência, eu reconheço que existe a possibilidade em se ter uma renda alternativa trabalhando em um segundo emprego e que esse será um sacrifício presente – necessário - em prol de um futuro melhor.


Em conclusão, quero ressaltar que a informação e o conhecimento são as melhores aliadas de todo e qualquer indivíduo à saúde financeira, e que devem ser tratadas com a mesma importância que damos para a nossa saúde física e mental. Assim como hábitos ruins de alimentação e comportamento podem trazer consequências devastadoras para a nossa saúde, da mesma forma, péssimos hábitos financeiros terão as mesmas consequências negativas para a nossa saúde financeira. A saber, existem fortes aliados dentro das instituições bancárias, cabendo aos indivíduos realizarem as suas escolhas de maneira racional a fim de maximizar seus recursos, e que ao mesmo tempo, se utilizados de maneira inadequada podem sim acarretar em grandes prejuízos.



Este artigo não possui nenhum tipo de vínculo com qualquer instituição financeira, sendo palavras redigidas com opiniões pessoais do autor, não expressando, portanto, a opinião do Clube de Investimentos e Finanças a respeito do tema.


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