O Hábito de Poupar
Caro leitor,
Quantas vezes você já escutou que é importante ter o hábito de poupar? Mas você possui esse hábito? Você poupa de maneira correta? Se não, o que o impede de fazer isso? E qual a razão que leva a maioria de nós a poupar de maneira incorreta?
Em meados de 2010, quando ainda fazia estágio durante o Ensino Médio, eu recebia uma renda de, aproximadamente, um salário mínimo. O que - na época, para um estudante do 2° Colegial, que morava com os pais e sem nenhuma obrigação - era uma quantia relativamente boa, por volta de 700 reais. Caso eu tivesse revertido 10% da renda para uma poupança, ao final do segundo ano eu teria, aproximadamente, R$ 1.680,00, sem contar com os rendimentos da poupança, parece pouco?
Inicialmente, não se atente a valores, e sim ao hábito. Como eu nunca fui diferente da maioria, gastei todo meu dinheiro. Hoje não tenho sequer 1 centavo dos meus dois anos de estágio, a única lembrança que tenho do meu pagamento é que ele era depositado no último dia útil de cada mês.
O motivo pelo qual eu não poupava não era a falta de conselhos em casa, meu pai é um típico poupador, evita gastos desnecessários e luxúria, e me ensinou o quão importante é poupar.
Ao ingressar na universidade, assim como a maioria que talvez esteja lendo este texto, para conciliar os estudos com o trabalho, optei por realizar atividades “freelance” em um restaurante perto da minha residência. Os trabalhos aos finais de semana me permitiam manter meu foco durante a semana apenas para as atividades acadêmicas. Trabalhando durante dois dias da semana em um mês eu conseguia mais ou menos 1,3 salário mínimo, ainda morando com meus pais, poderia destinar minha renda para onde eu bem quisesse.
Após algumas leituras sobre a importância em reservar os ganhos, e com a experiência antiga, decidi reservar o que eu recebia. A partir de então, todo dinheiro novo ia para a caderneta de poupança, um erro muito grave que cometi (poupar 90% do que ganhava), pois comecei a, inconscientemente, poupar por poupar e, assim que tivesse vontade de comprar, comprava.
No ano de 2015, obtive uma oportunidade de emprego, agora já com um pouco mais de conhecimento sobre finanças e estava determinado a guardar meu dinheiro da maneira que acho correto. Aqui relatarei alguns passos importantes que me fizeram aprender a poupar da maneira correta e que creio que deva ser seguida por aqueles que compreendem a importância em ter alguma reserva de dinheiro.
1. Aprenda a poupar uma parcela do seu salário. Uma que caiba no seu orçamento e a qual você saiba que não fará o tempo todo retiradas, um valor que você julgue tangível de ser poupado. Ilustrando aquilo que digo, creio que para quem recebe um salário mínimo por mês e mora com os pais, embora acredite que seja bom poupar o máximo que conseguir, mais de 50% da renda pode ser um baita tiro no pé.
2. Aportes mensais. Hábito significa isso mesmo, um ato que você pratica rotineiramente, e esse é talvez um dos passos mais importante. Além de separar uma parcela da sua renda, é fundamental manter o hábito de realizar aportes mensais. A partir do momento em que poupar virar uma rotina na sua vida, os aportes podem ser incrementados gradativamente.
3. Tenha objetivos. Poupar por poupar não te leva a lugar algum, quando não se tem um objetivo claro, qualquer migalha estará a contento. É de extrema importância saber aonde se pretende chegar: uma poupança para reserva de emergência, que te de uma certa segurança para encontrar um outro emprego, uma viagem de um ano pela Europa, a aquisição de uma casa, independência financeira. Sempre tenha em mente aonde quer chegar.
Portanto, até mesmo os estudantes de ensino médio, já deveriam de alguma forma praticar esse belo hábito que é poupar dinheiro. Quanto antes começar mais cedo podemos atingir nossos objetivos e, com certeza, ter uma vida mais tranquila. Em conclusão, quero ressaltar que o hábito de poupar é tão precioso quanto o de escovar os dentes, cuidar da saúde e etc. Afinal, é com dinheiro que se paga a dentista, exames médicos e outros, e nada melhor que ter dinheiro na mão caso ocorram imprevistos, ou para não precisar parcelar no crédito seus sonhos.
