top of page
head Carta Set 18.jpg

Carta Conjuntura Setembro – Clube I&F UFPR

 

Atentado à democracia

 

PANORAMA GERAL

 

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."

 

Caro leitor,

 

Dizem que algumas coisas não se discutem. Nesta categoria podemos elencar futebol, religião e política. Todo ano eleitoral é sempre a mesma coisa: começam as especulações sobre os candidatos, com o passar dos meses com o início dos debates começa o afloramento dos ânimos em redes sociais, almoços de família e em manifestações...o que diga-se de passagem (concordando ou não) é do jogo democrático.

Porém, no começo de setembro fomos surpreendidos com o atentado contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, atacado por um fanático com uma facada na barriga enquanto participava de um ato de campanha em Juiz de Fora. Nada justifica a violência. Nada. Mesmo que ele diga coisas violentas, mesmo que ele promova esse tipo de coisa, não se pode entrar nos termos violentos dele. Dizer que ele pediu por isso é bobagem. Ninguém faz por merecer ser atacado. Isso não existe.

​

As diferenças políticas ou ideológicas devem ser resolvidas por meio de diálogo e nunca da violência. Isso não é aceitável num jogo democrático, independentemente da posição política que você adote. Não é saudável para o país que, no momento de uma disputa política intensa, as pessoas recorram a esse tipo de alternativa, a esse tipo de ação.

​

As pessoas parecem não entender que existe um outro grupo, de pensamento distinto, que defende uma posição distinta da delas. Então, partem para uma postura de deslegitimar completamente o outro. De repente, pensam que já não é mais a urna que decide, ou que não é só a urna que decide que grupo vai chegar ao poder.

​

Apesar de tudo, o momento seria uma bela oportunidade de toda a classe política se unir para dizer que o jogo é democrático, independentemente das divergências, resolve-se nas urnas esta discussão. Assim, como diria Evelyn Beatrice Hall: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”.

​

Que tenhamos mais tolerância e resiliência para continuar a democracia e o ideal de nação.

​

ECONOMIA

​

Manutenção da Selic em 6,50%: O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu em 19/09, por unanimidade, manter a taxa básica de juros em 6,50% ao ano, em linha com o esperado pelo mercado. No comunicado divulgado após a decisão, o comitê reconheceu que a recuperação da atividade econômica se mostrou mais gradual que o esperado no início do ano e que as medidas de inflação subjacente se encontram em “níveis apropriados” (no comunicado da reunião passada, usou-se o termo “níveis baixos”). Apesar dessa avaliação, o colegiado divulgou revisões importantes no cenário prospectivo para a inflação. As projeções utilizando o cenário de mercado do Focus apontam variações do IPCA “em torno” de 4,1% neste ano (com Selic de 6,50% e câmbio de R$/US$ 3,83 no final do período) e de 4,0% para 2019 (juros de 8,00% e câmbio encerrando o ano em R$/US$ 3,75). No encontro de agosto, tais projeções eram de 4,2% e 4,0%, nessa ordem.

Já no cenário com a Selic constante no atual patamar e câmbio de R$/US$ 4,15 (nível médio da semana anterior à reunião), as projeções de inflação ficaram em torno de 4,4% e 4,5%, neste e no próximo ano, acima das projeções de 4,2% e 4,1% divulgadas na reunião anterior. Cabe registrar que as metas de inflação para 2018 e 2019 são de 4,5% e 4,25%, respectivamente. Na avaliação do quadro internacional, a visão é a de que o cenário segue desafiador para as economias emergentes, tendo como principais riscos a normalização das taxas de juros de economias avançadas e as incertezas em relação ao comércio global. Além disso, o Comitê destacou a importância da percepção de continuidade da agenda de reformas domésticas sobre as expectativas e projeções macroeconômicas.

 

O comunicado continuou apontando que o cenário prescreve a manutenção de uma política monetária estimulativa, mas acrescentou, como principal novidade em relação aos documentos anteriores, que “esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora”. Em outras palavras, o Copom sinalizou que um processo de normalização da política monetária requer piora no balanço de riscos, com a identificação de efeitos secundários sobre os preços do choque primário – e não apenas uma mudança de preços relativos – e adicionou, de toda forma, que as eventuais altas tendem a ser graduais. De fato, as expectativas de inflação mantêm-se ancoradas, a despeito das pressões cambiais dos últimos meses, em um contexto de recuperação bastante moderada da atividade econômica.

 

Elevação de juros nos EUA: Em reunião realizada em 26/09, o comitê de política monetária do Federal Reserve decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 p.p., para o intervalo de 2,00% a 2,25% ao ano. Tal decisão, tomada por unanimidade, foi amplamente antecipada pelo mercado. O comunicado divulgado após o encontro voltou a apresentar uma visão otimista do crescimento econômico dos EUA, ressaltando que a atividade econômica permaneceu crescendo em ritmo robusto desde a última reunião, em agosto, e com mercado de trabalho aquecido. Além disso, também reconheceu a expansão tanto dos gastos das famílias quando dos investimentos em ativos fixos. A novidade do documento ficou por conta da sinalização de que o juro está mais próximo do seu nível neutro, o que foi sugerido pela ausência, no texto, de que a política monetária está em terreno acomodatício. Dessa forma, a discussão sobre sucessivas altas fica mais incerta e condicionada aos dados.

 

PIB norte-americano do 2T reforçou cenário de forte crescimento: O PIB dos Estados Unidos cresceu 4,2% no segundo trimestre de 2018, em termos anualizados e em comparação com o período imediatamente anterior, conforme a terceira estimativa divulgada em 27/09. O resultado, que veio em linha com o esperado pelo mercado e manteve o mesmo ritmo de expansão da leitura anterior, refletiu os movimentos em sentidos opostos de algumas aberturas: enquanto os gastos privados e do governo apresentaram revisão altista no período, os investimentos em estoques diminuíram com relação à estimativa anterior. A variação positiva dos gastos do governo, especificamente, refletiu os maiores investimentos dos governos locais e estaduais, principalmente em estruturas. Já o setor externo permaneceu contribuindo com 1,2 p.p. para o resultado agregado, apesar do menor ritmo de expansão das importações no trimestre. Em sentido oposto, os investimentos em propriedade intelectual apresentaram revisão baixista. Em suma, o resultado divulgado apresentou apenas ligeiras mudanças, e sugeriu crescimento robusto da economia norte-americana no ano. Essa tendência deverá ser mantida neste segundo semestre, corroborada pela revisão para baixo do crescimento dos estoques entre abril e junho, o que abre espaço para o aumento da produção neste trimestre.

 

Cenário de melhora no mercado de trabalho: Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no dia 21/09, registraram criação líquida de 110.431 vagas formais de trabalho em agosto. Esse resultado surpreendeu positivamente as expectativas do mercado (criação de 60 mil vagas). O número de admitidos avançou 4,8% na margem, enquanto o de desligados cresceu 1,2%. O salário médio dos admitidos seguiu desacelerando e avançou 3,1% na comparação interanual, mantendo-se em patamar baixo.

Dessa forma, o resultado é compatível com um quadro de melhora do mercado de trabalho, ainda que de forma bastante lenta, e continua sugerindo ausência de pressões inflacionárias advindas dos salários.

​

Queda na confiança da indústria: O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,6 pontos entre agosto e setembro, alcançando 96,1 pontos, segundo os dados finais da Sondagem da Indústria, divulgados pela FGV. Esse recuo é superior ao apontado pela leitura preliminar, de 2,9 pontos, e foi explicado pelas quedas dos componentes de situação atual (para 95,2 pontos) e de expectativas (para 97,1 pontos). No sentido oposto, o nível de utilização da capacidade instalada avançou de 76,0% para 76,9%. Assim, apesar desse recuo, o conjunto de indicadores já conhecidos é compatível com um quadro de expansão moderada do PIB neste terceiro trimestre.

 

Queda na confiança do consumidor:  O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado em 24/09 pela FGV, recuou 1,7 ponto na passagem de agosto para setembro, alcançando 82,1 pontos e permanecendo abaixo do nível neutro, de 100 pontos. Trata-se da segunda queda consecutiva. O movimento refletiu a forte retração de 3,3 pontos do componente de expectativas, que atingiu 89,7 pontos, mais do que compensando o aumento de 0,9 ponto do índice de situação atual, que alcançou 72,3 pontos. Assim, o conjunto de indicadores já conhecidos é compatível com um quadro de expansão bastante moderada do PIB neste terceiro trimestre.

 

Manutenção dos juros chilenos: O Banco Central do Chile (BCCh) manteve a taxa básica de juros em 2,5% a.a. em reunião de política monetária realizada em 05/09, confirmando a expectativa do mercado. Apesar da manutenção, a autoridade elevou o tom no comunicado, destacando a surpresa positiva com o crescimento econômico no segundo trimestre, o que pode levar a uma convergência mais rápida da inflação para a meta. Assim, com as implicações desse cenário, a orientação do BC é a de começar a remover gradualmente os estímulos monetários nos próximos meses.

 

Bank of England manteve juros em 0,75%: O Banco Central da Inglaterra (Bank of England, BoE) não alterou seu programa de compras de títulos na reunião de política monetária realizada em 13/09. Ademais, a instituição manteve a taxa básica de juros em 0,75% ao ano. No comunicado divulgado após a decisão, o BoE apontou que os dados recentes sugerem uma melhor performance da atividade econômica, que avançou 0,4% no segundo trimestre deste ano e no trimestre encerrado em julho o crescimento avançou para 0,6%. No que se refere à inflação, que alcançou 2,5% em julho, acima da meta de 2,0%, a avaliação da autoridade monetária é a de que pressões cambiais defasadas e altos preços de energia exerceram influência, mas que as projeções sugerem que o CPI (índice de preços ao consumidor) ficará “ligeiramente” acima da meta. Ao mesmo tempo, a instituição apontou que o patamar atual dos juros e a política monetária permanecem adequados.

 

Banco Central da Turquia aumentou a taxa de juros: Em reunião de política monetária realizada no último dia 13/09, o Banco Central da Turquia aumentou a taxa básica de juros de 17,75% para 24,0%. A decisão surpreendeu as projeções do mercado, cuja mediana indicava uma alta de 3,25 p.p., para 21,0%. No comunicado divulgado após a decisão, a instituição destacou que o aumento recente dos preços, que reflete os movimentos da taxa de câmbio, coloca um fator de risco às expectativas de inflação, a despeito do enfraquecimento da demanda doméstica. Nesse sentido, a decisão pelo forte aperto monetário foi justificada pela necessidade de apoiar a estabilidade da inflação. Vale destacar que, pouco antes do comunicado, o presidente do país, Erdogan, se posicionou contra o aperto monetário, enfatizando que as altas taxas de juros prejudicam a economia, e anunciou medidas restritivas para a circulação de moedas estrangeiras no país. A despeito do posicionamento contrário do presidente turco, o banco central deve manter a política monetária apertada, a fim de garantir a convergência da inflação para a meta de 5,0% neste ano.

​

Manutenção e cautela na Europa: Em linha com o esperado, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juros inalteradas: a taxa de liquidez ficou em 0%; a de depósito em -0,40%; e a de refinanciamento em 0,25%. 

No comunicado, a autoridade monetária reforçou o plano de reduzir o programa de compra de ativos, atualmente de 30 bilhões de euros (vigente até o final de setembro), para 15 bilhões de euros, e encerrá-lo em dezembro deste ano. Ademais, a autoridade monetária ressaltou que não deve alterar as taxas de juros até meados de 2019. Na entrevista coletiva, Mario Draghi, presidente da instituição, apresentou tom mais preocupado com o cenário externo (riscos com relação ao crescente protecionismo e ao recente aumento da vulnerabilidade dos emergentes mais frágeis). Dessa forma, o BCE atribuiu grande parte da revisão baixista da projeção de crescimento econômico da união monetária (de 2,1% para 2,0% em 2018 e de 1,9% para 1,8% em 2019) aos fatores externos, uma vez que considerou que a atividade doméstica continua crescendo em ritmo robusto. Com relação à inflação, apesar da revisão baixista na projeção dos núcleos para 2019 (de 1,6% para 1,5%), Draghi reforçou a expectativa de convergência para a meta.

 

Manutenção de política de estímulo no Japão: Em reunião realizada em 18/09, o Banco Central do Japão (BoJ), não fez alterações em sua política monetária. A taxa de juros de curto prazo foi mantida em -0,1% a.a. e a instituição reforçou seu compromisso de compra de títulos ao ritmo atual, de forma a manter a taxa de juros de dez anos próxima de zero. No comunicado, a autoridade monetária ressaltou que a economia deve seguir trajetória de expansão moderada e a inflação deve ficar abaixo da meta de 2,0%. Por fim, o BoJ reiterou que manterá as taxas de juros em um patamar extremamente baixo por um longo período.

 

Contração Argentina: No segundo trimestre de 2018, a economia argentina registrou contração de 4,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Essa taxa mais do que devolveu a alta anterior de 3,9%, mas veio em linha com o esperado. O destaque positivo ficou por conta da alta interanual de 3,1% dos investimentos, mantendo a sequência positiva dos últimos trimestres. Esse desempenho, contudo, foi mais do que compensado pela contribuição negativa do setor externo, com forte queda das exportações e alta das importações, também na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o consumo privado registrou avanço de 0,3%, enquanto os gastos do governo caíram 2,1% (segundo recuo consecutivo). Na comparação com o período imediatamente anterior, a queda do segundo trimestre foi ligeiramente mais branda, de -4,0%, já descontados os efeitos sazonais. Essa queda veio após a alta de 0,7% no primeiro trimestre, revisada para cima. Em suma, os dados conjunturais de maior frequência já mostravam uma contração da atividade econômica local. Esse cenário deverá se agravar no segundo semestre, diante da significativa depreciação da moeda e de aperto das condições monetárias. Tais vetores, somados ao ajuste fiscal, devem impactar negativamente o desempenho do PIB no restante do ano.

 

POLÍTICA

  

Atentado a Jair Bolsonaro: O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, foi atacado com uma facada na barriga quando participava de um ato de campanha em Juiz de Fora, na tarde do dia 06/09. O capitão da reserva foi levado à Santa Casa da cidade mineira e passou por uma cirurgia. O homem suspeito de ter atacado Bolsonaro foi detido na hora pela polícia. Ele foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, morador da cidade Montes Claros, também em Minas. No boletim de ocorrência, feito pela Polícia Civil, Oliveira aparece dizendo que realizou o ataque a facadas contra Bolsonaro “a mando de Deus”. O candidato à Presidência pelo PSL é deputado federal e liderava as pesquisas, com 22% de intenção de voto, segundo o Ibope, divulgado no dia 05/09. Após 23 dias internado, o candidato recebeu alta no último sábado (29).

​

Pesquisa Eleitoral: a última pesquisa eleitoral divulgada (CNT/MDA) no mês de setembro, realizada entre os dias 27 e 28 de setembro mostra que Jair Bolsonaro (PSL) segue numericamente na frente na disputa eleitoral com 28,2%, enquanto Fernando Haddad (PT) possui 25,2%, sendo que os dois candidatos iriam para o segundo turno e estariam tecnicamente empatados na margem de erro.

Na comparação com o levantamento anterior, referente aos dias 12 e 15 de setembro, Bolsonaro manteve a intenção de voto, enquanto Haddad subiu 7,6 pontos percentuais (tendo 17,6% na última pesquisa). Em seguida aparecem os candidatos Ciro Gomes (PDT) com 9,4%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 7,3%, Marina Silva (Rede) 2,6%, Henrique Meirelles (MDB) 2%, João Amoêdo (Novo) 2% e Alvaro Dias (Podemos) com 1,7%. Cabo Daciolo (Patriota), Guilherme Boulos (PSOL), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL), não chegaram a um ponto percentual. Brancos e nulos somaram 11,7% e indecisos totalizaram 8,3%.

​

Em hipótese de segundo turno, Haddad venceria Bolsonaro hoje, por 42,7% a 37,3%. A pesquisa tem o registro no TSE sob o número BR-033003/2018, ouviu 2002 pessoas, em 137 municípios de 25 unidades da Federação. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais

 

Dias Toffoli toma posse no Supremo: O ministro José Antonio Dias Toffoli, 50 anos, tomou posse no último dia 13 como presidente  do STF (Supremo Tribunal Federal) tornando-se o mais novo integrante da Corte a ocupar o posto. Entre as suas prioridades, Toffoli elegeu a implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) para tentar acabar com os sistemas analógicos no Judiciário.

​

No STF desde 2009, Toffoli tem tentado se desvencilhar durante os últimos anos da pecha de ministro que chegou à Corte graças às suas ligações com integrantes do PT (Partido dos Trabalhadores). Toffoli toma posse como presidente do Supremo em substituição a Cármen Lúcia, que comandou o tribunal nos últimos 2 anos.

​

INTERNACIONAL

 

Trump e Opep: Em discurso na Assembleia Geral da ONU no último dia 25, Trump reiterou seus pedidos para que a Opep produza mais petróleo e reduza os preços. Ele também acusou o Irã de semear o caos, e prometeu impor mais sanções contra o país.

​

Os EUA vão impor sanções para impedir as exportações de petróleo do Irã, o terceiro maior produtor da Opep, a partir de 4 de novembro. A saída do petróleo iraniano do mercado internacional tem sido apontada como um dos principais motivos por trás do aumento dos preços. Na véspera, os preços do petróleo renovaram máxima em 4 anos. Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro subiu 67 centavos, a US$ 81,87, um preço inédito desde novembro de 2014. Em Nova York, o barril WTI, também para novembro ganhou 20 centavos, a US$ 72,08.

​

Em resposta ao discurso de Trump, o ministro do Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, fez a seguinte declaração:

"Se ele quer que o preço do petróleo não suba e que o mercado não se desestabilize, ele deveria acabar com as interferências disruptivas e injustificáveis no Oriente Médio, e não ser um obstáculo para a produção e a exportação de petróleo iraniano".

 

Eleições na Suécia: O partido populista Democratas da Suécia (SD), de agenda xenófoba e nacionalista, foi o terceiro colocado na eleição parlamentar realizada em 09/09. A pesar disso, ao receber 17,6%dos votos, sai como uma espécie de "campeão moral" por ter sido o partido que mais avançou desde as eleições de 2014. Enquanto isso o bloco progressista teve 40,7% dos votos. Os sociais-democratas, cabeças de chapa e hoje no comando do país, recuaram a 28,4%, pior desempenho de sua história.

​

Nesse cenário, se antes da eleição as duas frentes tinham se recusado a compor com os SD por causa do discurso abertamente anti-imigração, que tem como desafio atenuar a repulsa no espectro político tradicional do país escandinavo.

​

O partido já conseguiu impor como pauta central da eleição a imigração e seus efeitos na economia e no modelo do Estado de bem-estar social.

Colômbia cessa negociações: O presidente colombiano, Iván Duque, disse no último dia 10 não haver mais condições de continuar as negociações entre o Estado com a guerrilha ELN (Exército de Libertação Nacional). Iniciadas há 17 meses e suspensas temporariamente no primeiro semestre por causa da quebra de um cessar-fogo, elas tinham como finalidade formular um tratado que incluiria redução de penas ou mesmo anistia a guerrilheiros em troca de desmobilização.

​

A interrupção do processo deixa em suspense qual será a política do governo para combater a principal guerrilha em atividade no país e qual será a reação de seus integrantes, hoje divididos entre os que querem um acordo de paz e os que hesitam diante de falhas na implementação do acordo firmado com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em 2016.

 

Governo italiano eleva meta de déficit: O novo governo da Itália propôs um orçamento para 2019 com um déficit três vezes maior do que sua meta anterior, estabelecendo um conflito com as regras da União Europeia e provocando a venda de títulos públicos. A Itália tem a maior dívida entre as grandes economias da União Europeia, a 130% do Produto Interno Bruto. O país está sob pressão da UE para conter seus gastos, em meio a temores de que a situação possa plantar as sementes de uma crise de dívida no coração da zona do euro. Com quatro meses de atraso, o governo divulgou na quinta-feira (27) um orçamento com déficit de 2,4% do PIB para os próximos três anos, para financiar uma grande expansão dos gastos sociais, redução de impostos e um aumento no investimento em infraestrutura pública.

 

Díaz -Canel defende fim de embargo: O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou na quarta-feira (26), em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU, que dará continuidade às ideias políticas de Fidel Castro, defendeu o fim do embargo dos Estados Unidos e criticou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa ao petista, preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba após ser condenado por corrupção e impedido de disputar as eleições de outubro com base na Ficha Limpa, fez parte de uma série acusações feitas por Díaz-Canel sobre intervenções que estariam ocorrendo em países latino-americanos. O presidente cubano citou, especificamente, os casos de Venezuela e Nicarágua.

​

Díaz-Canel também analisou os retrocessos nas relações entre os EUA e Cuba, colocando a culpa na postura assumida por Donald Trump depois de chegar ao poder e nos ataques sofridos por diplomatas americanos na ilha, caso que ainda é investigado. Para Díaz-Canel, o embargo continua sendo o elemento que define a relação entre Cuba e EUA. No entanto, segundo o presidente cubano, a atuação americana está indo mais longe, promovendo também programas públicos e secretos para tentar intervir nos assuntos da ilha.

 

Aprovada emenda previdenciária na Rússia: A Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia, aprovou no último dia 26 as emendas ao projeto de lei que reforma o sistema de previdência, propostas pelo presidente Vladimir Putin, em particular para aumentar em cinco anos, e não em oito, a idade de aposentadoria para as mulheres. O projeto inicial apresentado pelo governo, aprovado em primeira leitura apenas com os votos do partido governista Rússia Unida, contemplava elevar a idade de aposentadoria de 60 para 65 anos (homens) e 55 para 63 anos (mulheres).

​

As emendas presidenciais foram aprovadas por unanimidade pelo plenário do Legislativo, que examina em segunda leitura a reforma da previdência, responsável por provocar inúmeros protestos em todo o país.

 

Argentina em crise: A Argentina atravessa uma forte crise financeira e acertou com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de US$ 50 bilhões, pelo qual o governo se compromete a reduzir seu déficit a 1,3% do Produto Interno Bruto em 2019. Em cenário de ajustes fiscais, recentemente foi surpreendida por uma greve geral, promovida pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), que visava protestar contra os ajustes do governo em meio à crise que afeta o país pela desvalorização abrupta do peso argentino registrada desde o final de abril, a alta inflação (que deve superar 40% em 2018), e a queda da atividade econômica.

Os líderes sindicais exigem reposição salarial e também rejeitam o acordo com o FMI.

​

Ainda neste contexto, o presidente do Banco Central, Luis Caputo renunciou inesperadamente no último dia 25 em meio a negociações entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional para revisar um acordo standby de US$ 50 bilhões. Em seu lugar foi nomeado Guido Sandleris, que disse que o principal objetivo do banco seria reduzir a inflação, de acordo com um comunicado, segundo informou a agência Reuters. A expectativa é de que o país chegue ao final do ano com uma inflação de cerca de 30%.

 

Caro leitor, por fim, a grande lição desse mês é a necessidade de haver tolerância. Nada justifica a violência por pensar diferente do outro. Antes de tudo somos uma nação. Vivemos no mesmo país, e somos beneficiados ou prejudicados pelas mesmas políticas. Se partirmos pelo caminho da intolerância é melhor que voltemos às cavernas.

 

Agradeço ao caro leitor pela atenção em mais esta edição e deixo aqui o convite para as próximas.

​

Bons investimentos e até novembro!

 

Atenciosamente,

 

Marcelo Takao Tano

Fundador e Diretor Financeiro

Economia/Política/Internacional

bottom of page