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REVIEW Os Axiomas de Zurique

Os conselhos dos banqueiros Suíços para orientar seus investimentos

Introdução 

 

Este pequeno livro extremamente conhecido, aclamado e criticado dentro do mercado financeiro, tenta propor nada mais nada menos do que um manual de como ficar rico.  Escrito por Max Gunther, filho do banqueiro suíço Frank Henry, funcionário do Schweizerischer Bankverein (Atual UBS), o livro de 155 páginas conta as 12 regras de ouro utilizadas por um grupo de investidores suíços para o sucesso em especulações financeiras. Seja ela em imóveis, Jogos de Poker, casas de apostas, obras de artes ou bolsa de valores. Repleto de críticas, opiniões e humor o autor sai atacando todo consenso existente em Wall Street e com uma leitura extremamente leve e informal, é capaz agradar todos os níveis de leitores. É um dos livros mais divertidos e que mais recomendo para os iniciantes em finanças, principalmente como primeira leitura em mercado financeiro.

Os Axiomas

 

O livro propõe 12 grandes Axiomas, são eles:

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  1. Do Risco

  2. Da Ganância

  3. Da Esperança

  4. Das Previsões

  5. Dos Padrões

  6. Da Mobilidade

  7. Da Intuição

  8. Da Religião e do Ocultismo

  9. Do Otimismo e do Pessimismo

  10. Do consenso

  11. Da Teimosia

  12. Do Planejamento

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Estas regras de ouro, até mesmo pelos seus títulos, flertam com a teoria de Finanças Comportamentais, mas não têm intenção alguma de discorrer com profundidade sobre o tema nem mesmo de ser incluído nesta categoria.

Cada um dos Axiomas dá nome a um capítulo do livro e estes são explicados, na maioria das vezes, com exemplos de operações catastróficas vivenciadas por conhecidos do autor ou pelo próprio. Sempre depois de um exemplo trágico ou um capítulo “apocalíptico” Gunther faz questão de colocar comentários ácidos e irônicos, o que dá o tom humorístico do livro deixando a leitura informal e leve.

 

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Polêmicas

 

Talvez o aspecto mais divertido do livro sejam mesmo as polêmicas e as argumentações críticas do autor em relação ao mundo da especulação. O autor não foge delas e ataca economistas, gestores, gurus, jornais, análise Grafista, teorias de Portfólio, diversificação de ativos e ainda sobra linha para satirizar a astrologia. Esta é a parte que realmente vale a pena na leitura e a deixa com cara de bate-papo entre o escritor e o leitor - agrada bastante quem só quer encontrar uma leitura descontraída de fim de semana ou ter uma introdução bem básica aos pensamentos financeiros.

É certo que, em alguns casos, os argumentos não apresentam fundamentos e o livro se torna um manual do ceticismo financeiro. Além disso, a escrita de alguns capítulos é parecida com livros de auto-ajuda, pois de fato alguns tem esse objetivo – mesmo não sendo explícito. O que pode ser extremamente irritante para os mais ortodoxos.

Mesmo assim, para aqueles que não são tão apegados a questões acadêmicas, a leitura será um bom passatempo e pela simplicidade na escrita as mensagens “mais corretas” do autor não passarão desapercebidas pelo leitor. Com toda certeza os pontos positivos do livro superam as críticas feitas se entendermos bem a proposta central do escritor.

 

Como resultado, sobram frases debochadas como as abaixo:

 

“Os devotos de disciplinas místicas e meditacionais, especialmente as asiáticas, vão mais longe. Valorizam tanto a tranquilidade que, em muitos casos, estão dispostos até a suportar a pobreza em nome dela. Algumas seitas budistas, por exemplo, afirmam que não se deve lutar pela posse de bens materiais, e que a pessoa deve até abrir mão do que possui. A teoria diz que, quanto menos o indivíduo tiver, menos terá com que se preocupar.

É claro que a filosofia dos axiomas de Zurique diz exatamente o oposto. Libertar-se de preocupações pode até ser uma coisa boa, em certos sentidos. Mas qualquer bom especulador lhe dirá que, se o seu principal objetivo na vida é fugir das preocupações então você nunca deixará de ser pobre. E vai morrer de tédio.

A vida é para ser vivida como uma aventura, não vegetando. E pode-se definir aventura como um episódio no qual se enfrenta algum tipo de risco e se procura superá-lo. Ao enfrentar riscos, a sua reação natural, sadia será a de entrar num estado de preocupação. Preocupações são parte integrante dos grandes prazeres da vida."

 

"[...] ele pegava meu boletim e reclamava que o currículo era incompleto:

- Não ensinam aquilo que você mais precisa: especulação. Como correr riscos e ganhar. Um garoto se cria na América sem saber especular, puxa, é o mesmo que estar numa mina de ouro e não ter uma pá."

 

"Ao diversificar, você vira um artista de circo que tenta manter no ar uma porção de bolas ao mesmo tempo. Bolas demais."

 

" 'Quem espera sempre alcança', diz um antigo provérbio chinês. Se os chineses antigos realmente acreditavam nisso, não devem ter sido bons especuladores. ”

 

" Todo investimento é especulação. A única diferença é que alguns admitem isso, e outros não. Pessoas que se oferecem para aconselha-lo na administração do seu dinheiro quase sempre se apresentam como assessores de "investimentos", não de especulações. Parece mais sério, impressiona melhor, além de permitir cobrar mais pelos serviços. ”

 

“A proposta aqui oferecida à sua consideração é a seguinte: se você se sente atraído pela astrologia, ou por qualquer outra doutrina mística ou sobrenatural, então mergulhe de cabeça na sua substância e espírito. [...] Porém, antes de tentar utiliza-la para ganhar dinheiro, preste a si mesmo um favor. Dê uma olhada nos praticantes dessa doutrina, especialmente sacerdotes ou gurus, e faça uma única pergunta: Eles estão ricos? Se não estiverem nem mais nem menos ricos do que qualquer outro grupo humano escolhido ao acaso, você já aprendeu uma lição útil”.

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Avaliação do Livro:

Pontos fortes: Fluidez na leitura, Leitura extremamente divertida, Conteúdo leve, Carisma de personagens citados e Humor bem colocado (com boa dosagem), Popularidade do Tema.

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Pontos fracos: Pouco aprofundamento técnico e Ceticismo demais.

Observação: Para quem não gosta de piadas mais agressivas isso pode ser um ponto fraco

 

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Autor da Review: Iago Ribeiro Zampieri

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