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REVIEW Os grandes Alquimistas Financeiros

As histórias secretas dos presidentes dos três principais bancos centrais do mundo em uma economia em chamas

A História

 

A História contada vai desde o surgimento das notas (dinheiro) pelo fraudulento Johan Palmstruch até as ultimas atividades de Ben Shalom Bernanke no FED (Federal Reserve, banco central norte americano). Dando uma boa pincelada na crise dos anos 2000 e como ela se interliga com a crise do Subprime em 2008 e a conjuntura atual da economia. O livro apesar de ser fiel à narrativa dos fatos, contém várias opiniões do autor - que deixa claro quando escreve sua opinião na narrativa - e parágrafos incisivos, como os exemplos abaixo, dão o toque crítico que falta na maioria dos livros sobre o tema.

 

Exemplos da escrita:

 

"A despeito de quais sejam suas percepções ou preconceitos, os presidentes de bancos centrais tem um incrível poder: a capacidade de imprimir e destruir dinheiro. Porque um pedaço de papel com o rosto de Andrew Jackson vale US 20,00? Porque esse pedaço de papel pode ser trocado por uma refeição ou por ingressos? é um exagero responder: "porque Ben Bernanke diz que sim" [...] As democracias concedem a esses discretos tecnocratas o controle das economias de seus países; em troca, pedem apenas uma moeda estável e prosperidade sustentada (algo mais fácil de falar do que fazer). São os presidentes de bancos centrais que decidem se as pessoas irão conseguir emprego, se suas economias estarão seguras e, por fim, se o país irá prosperar ou quebrar."

 

"Ele [Rudolf von Harvenstain, ex-presidente do banco central Alemão] argumentava que a culpa era do governo, por ter enormes déficits orçamentário - o que era de verdade, mas a inflação só surgiu quando o Banco Central imprimiu dinheiro para financiar estes déficits. Também era culpa dos especuladores na moeda, que vendiam marcos na esperança de lucrar com seu declínio. Havia especuladores aos montes -mas eram as políticas do BC que provavam que suas apostas estavam corretas.

 

""A ideia de que o dinheiro em si talvez não seja seguro desencadeia um medo quase primitivo até mesmo no investidor mais equilibrado. O problema no pânico de 2008 não foi que alguns investimentos perderam valor, mas que muitos deles - e os fundos mútuos do mercado monetário são um clássico exemplo - eram considerados absolutamente seguros. A realidade básicas do sistemas monetários modernos tinha sido relevada: o dinheiro é apenas uma ideia, um conceito - um imenso jogo de confiança. As pessoas pessoas não queriam mais participar dele."

 

Os alquimistas e suas personalidades

 

O livro conta com três protagonistas  principais: Jean-Claude Trichet (Presidente do Banco Central Europeu), Ben Shalom Bernanke (Presidente do FED) e Mervyn Allister King (Governador do Banco da Inglaterra) e a eles é dado o título de Alquimistas, por serem responsáveis pelas engenharias modernas financeiras de criar dinheiro dentro da economia global. 

 

Ao decorrer dos capítulos Neil Irwin, por ser um grande conhecedor deste meio, consegue descrever a personalidade de cada um dos envolvidos com clareza, demonstrando por episódio os conflitos de interesses e aspirações dos principais agentes das economias, desde políticos, funcionários públicos até conselheiros de grandes corporações. Além disso, devido ao respeito a ordem cronológica dos fatos, as consequências de cada pequena atitude, traço de personalidade ou conflito de interesse dos personagens são sentidas na conclusão/decisão das situações estudadas. Fazendo com que o leitor conheça intimamente cada um dos envolvidos e tenha uma visão melhor sobre as estratégias feitas ao longo da história da economia.

 

A Narrativa

 

A narrativa é cheia de detalhes normalmente não explorados como: cotidiano dos personagens, relações entre os presidentes dos bancos centrais, Formas de intromissão dos grandes bancos na criação de leis e  da políticas monetárias, funcionamento detalhado das ferramentas usadas por Bancos Centrais em emergência, detalhes de arquivos confidenciais dos Bancos Centrais, Bastidores de decisões econômicas/políticas e consequências geradas por cada decisão.

 

O Autor

 

Neil Irwin é um repórter especializado em cobrir o Federal Reseve desde 2007. Ele trabalhou no The Washington Post durante a crise global e pôde observar de perto as ações do FED e de outros bancos centrais para apagar o incêndio da crise econômica global. Atualmente ele escreve para o The Times sobre economia global e mercado financeiro.

 

Avaliação do Livro

Introdução 

 

Apesar do subtitulo extravagante (As histórias secretas dos presidentes dos três principais bancos centrais do mundo em uma economia em chamas), o livro trata de uma maneira sóbria a cronologia de personagens e eventos dos Bancos Centrais mundiais e pode ser entendido como um documento detalhado dos acontecimentos no meio financeiro e suas catástrofes. O tema é pesado e vai atender melhor aos amantes de economia, mas apesar disso o autor Neil Irwin consegue impor sua boa escrita e deixar a leitura agradável e fácil. O que torna o livro um tanto quanto acessível para pessoas fora deste meio.

Como descrito na própria contracapa por Alan S Blinder "Você que pensava que o mundo dos bancos centrais era chato. Bem, geralmente é, mas não quando Neil Irwing escreve a estória".

Pontos fortes: Fluidez na leitura, aprofundamento dos personagens, conexão entre as histórias e vastos detalhes.

Pontos fracos: Tema não tão popular, necessidade de conhecimento técnico para entendimento e preço alto.

 

 

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Autor da Review: Iago Ribeiro Zampieri

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